Mundo Sem Fim – Ken Follett: A Saga e o Legado de Kingsbridge

“Mundo Sem Fim”, de Ken Follett, nos leva de volta a Kingsbridge, 200 anos após os eventos narrados em “Os Pilares da Terra”. O segundo livro da série começa com um crime chocante na floresta, testemunhado por quatro crianças, cujas vidas vamos seguir ao longo da obra, através de desastres, injustiças, e os horrores da Guerra dos Cem Anos e da peste negra que dizimou boa parte da população europeia.

Este volume mantém a tradição de Follett de criar uma “grande novela” ambientada em Kingsbridge, onde a vida das personagens é profundamente moldada pelos eventos históricos ao seu redor. Se você é daqueles leitores que se envolvem a ponto de amar e odiar personagens, então encontrará nas páginas de Follett uma narrativa irresistível. As personagens são ricas em detalhes, com personalidades fortes e marcantes que evocam fortes emoções durante a leitura.

Vivi angústia em cada capítulo que descrevia tragédias — a pobreza, doença e morte — e me vi torcendo por um desfecho favorável. Follett não poupa detalhes nas cenas de violência, mantendo sua característica marcante de descrever minuciosamente cada momento difícil.

Um destaque especial para as personagens femininas, que são verdadeiramente fortes e feministas, lutando bravamente contra o machismo e suas consequências naquela época. Além disso, Follett habilmente entrelaça temas como religião, política e sexualidade na trama, provocando reflexões sobre a evolução da nossa própria sociedade.

“Mundo Sem Fim” é volumoso, mas graças à quantidade de acontecimentos, a história flui de forma cativante e rápida. Apesar de ser parte de uma série, pode ser lido independentemente, já que o intervalo temporal é vasto e as conexões com o livro anterior são mais históricas do que diretas.

Recomendo fortemente mais esta viagem a Kingsbridge com Ken Follett. É uma experiência imersiva que mistura ficção com momentos marcantes da história humana, deixando um impacto duradouro.

Nota: 5 de 5 ⭐

Sobre o Livro

Sinopse

Inglaterra, 1327. Numa floresta do condado de Kingsbridge, quatro crianças testemunham o assassinato de dois homens e fazem um pacto de silêncio: jamais revelarão a ninguém o que se passou naquele dia. Anos depois, as vidas de Caris, Merthin, Gwenda e Ralph se cruzam num mundo de riqueza e miséria, amor e ódio.
É na Kingsbridge medieval, regida pela Igreja e povoada por reis e cavaleiros, servos e senhores, que floresce a paixão da determinada Caris Wooler e do corajoso Merthin Builder. Ela, mulher de personalidade marcante e filha do mais eminente mercador da cidade, está decidida a fazer o condado prosperar, não sem antes desafiar várias convenções sociais. Merthin, por sua vez, se consagra como construtor de talento, mas sonha com o dia em que Caris estará definitivamente a seu lado.
Gwenda, em meio a uma vida inteira de privações, luta para mudar seu conturbado destino. Irmão mais novo de Merthin, o ambicioso Ralph cresce destinado a fazer parte da nobreza, ainda que para isso tenha de mostrar sua fàce mais cruel e implacável.
Numa atmosfera de conspirações, costumes rígidos e jogos de poder, todos precisam sobreviver ao passado, às intrigas e a um terrível inimigo comum: a peste bubônica. As autoridades do condado de Kingsbridge não têm dúvidas de que se trata de um castigo divino para purgar os pecados da comunidade.

Sobre o Autor

Ken Follett nasceu na Inglaterra em 1949, estudou filosofia na University College, em Londres, e, após uma pós-graduação em jornalismo, começou a escrever noSouth Wales Echo, jornal de sua cidade natal, Cardiff. Três anos depois, quando trabalhava como repórter no London Evening News, lançou seu primeiro romance, The Big Needle, mas não obteve sucesso. Continuou escrevendo e somente ao lançar O buraco da agulha, em 1978, tornou-se conhecido e foi agraciado com o prêmio Edgar Award. A trama ganhou uma adaptação para o cinema, dirigida pelo conterrâneo Richard Marquand e estrelada por Kate Nelligan e Donald Sutherland. Depois de mais de 15 livros de suspense, em 1989, Follett surpreendeu os leitores ao lançar Os pilares da terra, romance histórico que girava em torno da construção de uma catedral no interior da Inglaterra durante a Idade Média. O livro recebeu críticas entusiasmadas e manteve-se na lista dos mais vendidos do The New York Times por 18 semanas. Na Alemanha, ficou por seis anos entre os mais vendidos. No Brasil, ganha reimpressões sucessivas desde o seu lançamento, em 1991. Além de escrever, Follett toca baixo na banda Damn Right I Got the Blues. Ele é casado com Barbara Follett, e divide o tempo entre Londres e Stevenage.

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